Novo exemplo da velha discordância entre público e críticos
O céu de Suely é mais um exemplo de filme nacional cujo sucesso se restringe apenas às rodas de críticos. Na terceira semana em cartaz, o longa de Aïnouz acumulou somente 23.817 espectadores, de acordo com o Boletim Filme B. No entanto, além dos inúmeros prêmios já acumulados em festivais, acaba de ser contemplado em três categorias pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) – melhor filme, melhor diretor e melhor atriz (Hermila Guedes). Fizeram parte do comitê de seleção na área de Cinema os jornalistas Christian Petermann, Walter Cezar Addeo, Flávia Guerra, Marcelo Hessel, Marcos Pinho e Luiz Carlos Merten.
posted by Daniela Senador @ 4:21 PM
2 Comments:
At 7:28 PM,
Nicolau said…
Oi Dani,
Curti muito seu blog, excelentes os textos. Essa história de crítica x público é complicada, tem muito a ver com distribuição, não? Mas acho que muitos dos filmes nacionais recentes pecam por um certo ar de "coisa séria" que afasta as pessoas que não querem um tratado, mas um bom filme.
Beijão!
At 10:19 PM,
Daniela Senador said…
Oi Nicolau!
Então, esta é realmente uma questão complexa! Acredito que um dos problemas do descompasso entre crítica e público é justamente esse “ar de coisa séria”, como você chamou. É a herança deixada pelo Cinema Novo. Boa parte dos cineastas brasileiros ainda são reféns da idéia de que o cinema tem a missão de ir além das próprias telas e se tornar instrumento de combate político-ideológico. O resultado acaba sendo o mesmo dos anos 60: filmes intelectuais herméticos que agradam apenas os críticos. O que não podemos esquecer é que tais filmes são feitos com o dinheiro do mesmo público que eles desprezam! A questão da distribuição é apenas conseqüência, porque até mesmo as majors têm interesse em distribuir o filme brasileiro. O que elas não querem é filmes que são prejuízos certos e obtêm o número irrisório de 1.519 espectadores!!!!!
Continue intervindo!
Beijo grande,
Dani
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